domingo, 6 de setembro de 2009

Agressão, segurança e por que raios vamos a casas noturnas.

Na noite de 4 de setembro de 2009, uma das pessoas destas noites de Metrópole (Necrópole?) cuja perfil é irmão ao do Atelier de Prosérpina, o escritor Kizzy Ysatis, foi agredido na saída da casa noturna "A Lôca", junto à cineasta Liz Martins, que também foi agredida enquanto tentava defender o amigo.

Segundo as informações mais recentes, a severa agressão causou danos que ultrapassam aquilo que aceitaríamos como "contenção física de um indivíduo problemático". Para quem conhece Kizzy Ysatis, um jovem de modos simpáticos, nada apegado a exercícios físicos e a agressividade, a desproporção do ataque é óbvia. Agora cabe a um juiz decidir pelo mesmo. Decidir se um local de entretenimento deve ser mantido quando traz tais ocorrências.

Não publicamos uma imagem em respeito à vítima e sua família. Mais informações sobre o assunto na reportagem do G1: http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1293213-5605,00-ZE+DO+CAIXAO+DIZ+QUE+SUPOSTA+AGRESSAO+A+FILHA+LEMBRA+TEMPOS+DA+DITADURA.html
e no blog do próprio Ysatis:
http://www.kizzyysatis.blogspot.com/

Nós, do Atelier de Prosérpina, nos colocamos ao lado do escritor e desejamo-lhe breve e perfeita recuperação, assim como pedimos à Justiça, a Deusa que tanto trabalha por este país quando a lei se atrasa, que faça com que a situação envolvendo esta e muitas outras agressões perpetradas por seguranças mal-treinados e sem as mínimas noções de civilidade sejam duramente punidas.

E igualmente, imaginamos se uma casa noturna onde a tolerância sempre foi pregada com tanta ênfase questiona-se quanto ao seu papel para a melhora da convivência entre as pessoas com este tipo de atitude.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Julgando Eros.

No palanque dos réus a ti coloco Eros
Julgado haverás de ser
Bondoso ou vilão
Ingênuo ou malévolo

No lombo ainda sinto todo peso de tuas setas
Pois insatisfeito com única delas
Toda carga de teu alforje me despejaste
Privando-me da razão

Hoje venho e vou sem rumo, sem chão
Mas um dia desvelado espero que seja
Se de ti joguete fui, oh imortal ser
Para puro deleite por ver-me a sofrer

Quisera hoje, errasses a carga
Enchendo-me o corpo com mortais flexas
Dando-me o direito de descanso
Pois já não mais tenho forças para diverti-lo

Pois o alvo de todo meu amor,
Cultivada em seio de Afrodite e dons de Circe,
Tanta alegria trouxe-me em ver olhos
Tanta tristeza traz-me em ver costas

De Júlio César Servilha

sábado, 8 de agosto de 2009

Vestindo o imaginário.

O que significa imaginar? Em suma, é aquilo que nos difere do maquinal, do bruto e do inconsequente. A ciência, a arte e a simples atitude de resolver passear são frutos de nossa habilidade de antecipar, de pensar, que sofisticaram-se naquilo que chamamos de imaginação.

Hoje em dia a imaginação tem sido fechada em pacotes cada vez mais estéreis, limitada de modo a não machucar as certezas de um mundo cada vez mais inseguro de suas fraquezas, de suas verdades, de seus medos. Imaginar sempre foi perigoso: O xamã traz histórias do mundo dos espíritos, e a tribo toda teme quando imagina que fora do conhecido há seres invisíveis influenciando-nos. Atores criam uma peça que ameaça a necessária obediência e conformismo necessários aos ditadores e são presos e torturados. Investigadores imaginam a verdade a partir de uns poucos fatos e são escorraçados por políticos (pois supor e deduzir são filhotes da imaginação.

Assim, Quando imaginamos, quando damos rédeas a sermos aquilo que nossos sonhar nos mostra, somos livres, somos rebeldes e nos elevamos sobre as misérias que compõem a pobreza de espírito, a canalhice, a burrice, a pasteurização dos gostos e modas.

Quando tomamos consciência de que devemos mostrar, nem que seja em uma peça de roupa diferente, um sapato divertido, um acessório além inédito e jamais publicado em uma revista de moda, algo que foi criado para nós mesmos, sem cópia nem similar, estamos exercendo nosso verdadeiro poder, o poder de sermos indivíduos, únicos e impossíveis de serem copiados.

Portanto, leitores, imaginem! Criem sua moda, façam de seu vestir aquilo que representa quem você quer ser, quem você representa. Leve mundos diferentes dos cotidianos sobre si. Faça de sua imagem ao mundo algo ímpar, carregado de seus símbolos e atitudes. Das épocas nas quais você se inspira.

Vista seus sonhos. Eles se tornam mais reais quando você dá um passo para trazê-los à realidade.